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Encantados

  • Foto do escritor: Day Abdalla
    Day Abdalla
  • 8 de mar. de 2018
  • 3 min de leitura

Por um feliz acaso do destino acabei indo à exibição e coletiva de imprensa do filme “Encantados”, da grande Tizuka Yamasaki. E que baita surpresa esse passeio me reservou.


Como eu disse, foi um acaso, não fazia parte dos meus planos, mas quando passou a ser, eu fiz minha lição de casa e pesquisei sobre o filme, vi o trailer e confesso que não sou entusiasta do tema, e não costumo consumir ou buscar nada sobre a cultura mística (ou espiritual) do nosso país. Então, fui sem expectativas, porém super animada e empenhada em viver essa experiência e conhecer a Cinemateca. Afinal, era uma oportunidade perfeita de unir os dois acontecimentos.


Resumo da ópera, toda essa minha falta de expectativas se transformou totalmente, e já nos primeiros momentos do longa, esse pensamento evaporou completamente e passei a viver o filme com olhos vidrados, absorvendo cada sutileza, cada música, a história rica, a magia, as mensagens que ele passa e todas as suas emoções.


O filme simplesmente me carregou do início até o último crédito subir, ele não me permitiu perder o foco, não me deixou questionar nada, ele só me fez gostar de todo aquele universo que não era muito a minha, e que pouco tinha a ver comigo, com o meu cotidiano, mas de certa forma me identifiquei com a história, compartilhei daqueles momentos na tela, Tizuka me cativou. Simples assim. Essa foi a grande magia do filme para mim, e por isso resolvi vir aqui escrever sobre esse feliz acaso.


O bate-papo que seguiu o filme, com a Tizuka, a encantadora protagonista Carolina Oliveira que interpreta Zeneida, o roteirista Victor Navas e André Mehmari, que deu um som doce a essa história, só confirmou tudo o que eu senti ao assisti-lo e evidenciou ainda mais uma questão muito clara no longa: o tempo. E se posso dizer alguma coisa sobre “Encantados” é que ele contou com o tempo a seu favor.


Tempo para ser pensado, armado e produzido, tempo para perceber, discutir, captar, editar e absorver todos os detalhes dessa história. Isso fez toda a diferença, e essa é uma coisa nítida quando estamos vidrados na tela do cinema.


Um filme que começou a ser produzido em 2008 e levou outros 5 anos para ser finalizado e mais algum tempo para ser lançado, ficou pronto no timing perfeito. Foi isso o que eu senti, foi isso que a protagonista Carolina Oliveira disse, foi isso que Tizuka reforçou: Tudo acontece no seu tempo.


E valeu muito a espera, onde arrisco dizer que “Encantados” não poderia ter sua estreia em uma época melhor, com um público mais interessado em questões sobre a natureza, sendo esse o ano da água, e ainda com o recente vencedor do Oscar o longa “A forma da água”, que passa também pelo místico, e por referências à América do sul.

“Encantados” é um filme místico e espiritual; é um grito da natureza. É sobre a água, é sobre se conhecer enquanto gente, e culturalmente enquanto povo em um país cheio de crenças ricas que devem ser compreendidas e respeitadas. É sobre mulheres fortes e é sobre amor também, porque as melhores histórias são guiadas por ele. É com um baita elenco de tirar o fôlego. E o melhor, é uma história real.


Obrigada, Tizuka e a todos aqueles que estão e estiveram por trás dessa obra fantástica.


Eu poderia falar por mais alguns parágrafos aqui sobre o filme e as sutilezas que ele traz, mas não quero entregar tudo de bandeja, então prefiro mandá-los para o cinema para ver e tirar suas próprias conclusões. Depois a gente discute!


O filme estreia amanhã (dia 08 de março), dia das mulheres, então já podem ir correndo ver! Prestigiem o cinema nacional, ele está cada vez mais rico!


Só vão! Estamos combinados, né? Então tá bom.





 
 
 

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